Não dá pra explicar o quanto eu me sinto bem escrevendo, sabe quando a gente chora e chora muito, e depois se sente leve? Nunca senti... Só escrevendo ...
Se aproxima mais uma data importante na minha vida, uma data difícil também, isso tem me gerado muita ansiedade, tristeza, insônia... (Escrevendo esse POST as 02:54 da manhã pra ser exata). Mas como anda o meu coração? Acho que ninguém nunca me fez essa pergunta... Depois que somos mães as pessoas perguntam dos filhos, do marido, da casa, da comida, da limpeza, até das contas, menos de nós, de como estamos... Se alguma mamãe estiver lendo isso e se sentindo assim, sinta se abraçada!
Daqui a algumas semanas (menos de 2m) meu segundo grande amor completa 1 ano, a emoção de ter conseguido a gravidez ainda me consome demais, eu juro por tudo que a minha esperança em viver tudo isso de novo estava quase 0.
As angustias vividas das 40 semanas ao parto, eu não consigo me lembrar do meu parto sem chorar, me lembro da primeira vez que pensei no parto... Melinda tinha 2 semanas de vida, era madrugada e eu chorei demais... Pensei que isso fosse diminuindo com o tempo, mas já se aproxima os 12 meses e isso é uma coisa que ainda mexe demais com meu coração, o medo da perda, isso abalou tudo dentro de mim... Isso fez com que eu me voltasse demais a Melinda, como se eu fosse uma bolha e quisesse ela agarrada dentro de mim, e não é uma coisa boa, muitas pessoas me questionam com olhares se eu faço diferença entre uma filha e outra, até familiares mais íntimos, até minha mãe as vezes, mas ninguém nunca vai entender o que eu vivi pra trazer ela pra esse mundo. (
Quando ela olha pra mim e sorri, nunca teve um dia que não se passasse pela minha cabeça que eu poderia não ter conhecido esse sorriso, mas Deus teve misericórdia.
Tem dias que acho que poderia ter dado mais atenção a nicolly e vou dormir me sentindo um lixo de mãe, ela tem por agora 4anos e 7 meses, é a morena mais linda desse mundo todo... (
Sempre conversamos, pergunto a ela quase todos os dias o que ela sente em relação a irmã, e ela sempre me responde com palavras doces, que ama muito, que é seu amor, que é sua melhor amiga.. isso tira de mim um pouco a culpa de estar muito apegada a Melinda, pois acho que se fosse realmente verídico a Nicolly com sua pureza de criança não teria esse comportamento 100% amoroso com a irmã já que a menos de 1ano ela era única. Faço tudo a meu alcance pra ela se sentir especial, digo todos os dias que ela é meu presente de Deus, e ela me diz que eu sou maravilhosa, que eu sou a melhor do mundo. Porém sempre sinto que faço pouco, que eu poderia dar mais, que eu poderia me dedicar mais.
Minha vida espiritual está tão estremecida quanto a emocional, muitas vezes tenho até vergonha em orar... O que será que Deus pensa de mim? Depois que a Melinda nasceu eu parei de ir a igreja com frequência, eu vou, mas não frequentemente como antes, porque parei de sair a noite sozinha, já tinha me curado disso, porém depois do nascimento dela voltei a sentir medo de andar sem um acompanhante, outra coisa que ninguém vai entender... Pela primeira vez depois de 4/5 anos voltei a pensar em procurar um psicólogo, um psiquiatra talvez, mas o que eu vou dizer? Que sou uma mãe superprotetora ao extremo que desconfia até da sombra em relação aos filhos, que não sai de casa por mania de perseguição, que mantém a porta de casa trancada 12h por dia quando o maridos trabalha e se relaciona mau com as pessoas? Ou ele me interna ou ri de mim...
A sensação que tenho é que vou regredindo psicologicamente com o passar dos anos...
Dudu diz que eu não preciso desse tipo de ajuda, que eu sou boa em tudo, que sou ótima mãe, ele é outra benção na minha vida... Porém não concordo, me sinto diferente as outras pessoas, não inferior, diferente só... Desde a escola, desde a adolescência, nunca fui fácil de lidar com pessoas e com sentimentos, talvez seja a intensidade de sentimentos que tenha me deixado assim ou as coisas ruins vividas mesmo. Prometi a mim mesma que uma vez por semana pelo menos venho escrever com esse tema, até vencer essa fase do qual desconheço o nome. Até breve!