07/08/2020

É Menino, meu tão sonhado menino

07/08/2020

 Não sei como começar a escrever esse texto...

Já faz alguns bons dias que descobrimos o sexo do bebê e de lá pra cá eu venho criando palavras na minha cabeça de como registrar aqui que o sonho está acontecendo, e hoje eu disse chega... Preciso escrever, mesmo tremendo, mesmo com um milhão de definições se passando na minha mente, mesmo que fique bagunçado e futuramente eu ria desse post, eu preciso dar voz ao meu coração aqui onde muitas vezes eu tive medo de não ser entendida e guardei pra mim tantas palavras... 


Dia 29 de maio eu acordei umas 3 da manhã pra fazer xixi, estava tão ansiosa que a madrugada parecia não ter fim, resolvi pegar logo o teste de farmácia escondido na gaveta e dar logo um fim na minha agonia, eram 3 dias de atraso menstrual, o primeiro atraso considerável desde que Melinda nasceu, eu estava regulada, hormônios controlados, sem cistos, não tinha motivos para um atraso, ou tinha? Eu estava tranquila, tínhamos feito coito interrompido durante aquele período fértil, é claro que não daria pra engravidar, eu tava muito certa desse negativo... 

Que no silêncio daquela madrugada foi um Positivo, tem bebê sim! 

Fiquei um pouco sem entender, talvez sem reação, voltei pra cama e me remexi tanto que incomodei o Eduardo de um jeito que deu vontade nele de fazer xixi (ele não acorda nunca de madrugada), e claro... Eu tive que dividir com ele que eu havia feito um teste. Preciso dizer que duvidar do resultado de um teste de gravidez é coisa de marinheiros de primeira viagem, quando a gente já tem filhos um positivo já é O positivo e nem precisamos de uma confirmação pra botar a mão na cabeça e falar "Putz, deu ruim."

Conversamos todo o resto da madrugada sobre como iríamos fazer, que não contariamos a ninguém, e com muito muito medo. Na mesma semana comecei o pré natal e a felicidade demorou muito a passar no meu coração, eu só conseguia pensar que não podia ter acontecido, que eu não iria aguentar outro parto de risco, que eu iria deixar filhos sem mãe, um medo surreal de me apegar a ideia da gravidez e algo acontecer e o bebê não desenvolver, eu sofri por semanas com os piores pensamentos possíveis... Queria tanto que desce certo, eu queria tanto, queria poder dizer que já te amava, mas eu perdi pessoas tão importantes na minha vida e não era justo levar meu coração ao luto de novo, que medo de te amar!

Passei mau na semana 10, meus pés incharam e eu sabia que era a bendita pressão começando a tirar minha paz, sangrei, batemos usg de urgência e vimos um pequeno descolamento que o médico acredita ter sido motivado pelos  picos altos da PA, dobrei o hipertensivo e seguimos, apesar de assutada o bebê estava bem, e ainda tivemos palpite de ser um menino. Eduardo estava certo de que era mesmo nosso meninão, mas eu estava naquela de não querer me frustrar mesmo por dentro sentindo com todas as forças de que era sim menino, desde o Positivo, alguma coisa gritava dentro de mim que era ele. Depois que vi o bebê nesse segundo ultrassom os meus sentimentos entraram em ordem, nasceu uma vontade tão grande de lutar por nós... Entendi que minha mente precisava ficar sã pra ficarmos bem.

Na semana 12 fizemos a TN, papai também estava lá de novo (não perde nenhuma RS) e advinha, Dr confirmou que é menino, nos deu até uma fotinho do pipi. Quando acabou as medidas ela disse, "Espera... É um menino." Me perdoe mas antes de agradecer eu tive que chorar e muito, a Dr não entendeu e disse "pode deixar lá em casa se não quiser" e eu tive o prazer de dizer que sonhei com esse dia desde a primeira gravidez, papai sorria com os olhos e também tinham lágrimas, discretas.


Surgiu vontade de gritar pro mundo que Deus olhou pra mim de um jeito especial, assim que me senti, cheia de graça e luz, gestando não só a vida, gestando também um sonho. Ansiosa pra te conhecer meu filho, Samuel.


Samuel: Hebraico/ Aquele que ouve a Deus.